Estive recentemente com Michael Oliveira, que é uma grande referência em vídeos e tem uma trajetória vasta no marketing digital.
Conheci esse excelente profissional no evento Afiliados Brasil, um dos primeiros eventos de marketing digital que aconteceu no nosso País.
Naquela época a Hotmart tinha criado um espaço e muitas pessoas estavam utilizando e eu aproveitei o momento para fazer uma entrevista com Michael e conhecê-lo melhor.
Aprendi muito com ele e neste artigo vou trazer um pouquinho da sua trajetória profissional e da história dele para vocês.
Como se destacar no digital
Conversando comigo, ele observou que ainda hoje, mesmo com tudo à nossa volta, as pessoas cometem erros nas produções de vídeos, e isso é muito comum!
Michael disse que para ele as produções atuais estão cada vez mais amadoras, principalmente na área de marketing digital.
A galera que está começando a empreender é muito comum que ao gravar possa cometer falhas no áudio, além de ficar faltando enquadramento, luz errada e um monte de pequenas falhas que podem ocorrer.
Michael observa que 82% do conteúdo produzido hoje em dia que é consumido na internet é de entretenimento puro.
Com a vastidão de conhecimento que existe na internet, permitindo acesso aos conteúdos que podem te ensinar alguma coisa, as pessoas preferem ficar vendo outros tipos de vídeo, ao invés de aprender algo.
Considerando isso, nos sobra um pequeno universo de 18% das pessoas que estão produzindo conteúdo para ensinar alguma coisa, com objetivo de ajudar as pessoas a evoluírem de algum modo e é com esse pessoal que costumamos falar.
Sempre estamos suscetíveis a erros e falhas, mas nada que não possa ser gravado e feito novamente.
O início da carreira no marketing digital
Ele começou o seu trabalho em 2014 na parte de vídeos, antes disso havia outra versão do profissional que produzia conteúdos também para a internet.
Ele trabalha com marketing digital desde 2009, o primeiro projeto online dele foi um livro que escreveu onde ensinava as pessoas a trocar de carro, sem perder dinheiro.
Quando ele começou ele não fazia nada de publicidade, contava apenas com a divulgação dos amigos (marketing boca a boca) e não sabia nada de marketing digital.
Quando ele foi a um evento relacionado a marketing digital ficou claro que precisava ir para as redes sociais, principalmente para fazer vídeos, considerando que esse seria o caminho para as vendas decolarem e tudo começou a acontecer em razão dos vídeos que começou a fazer.
Destravando para gravar vídeos
Michael é uma pessoa super tímida mas pensou “se o vídeo é o que vai fazer vender o meu produto, eu vou fazer vídeos e enfrentar meus medos”.
Assim que ele passou a encarar o vídeo de outra forma deu muito certo, até porque na época pouquíssimas pessoas faziam vídeo. Portanto, gravar conteúdos nesse formato contado com uma câmera era um grande diferencial, aquilo o ajudou a posicionar-se no mercado em que ele atuava.
Quando começamos no marketing digital buscamos várias alternativas, até descobrir quais são as oportunidades ideais para o tipo de negócio que está construindo.
Michael entrou no mercado por um problema pessoal que aconteceu com ele, quando trocou de carro e perdeu dinheiro.
A partir desse momento, ele comprou um curso onde a pessoa ensinava como escrever um livro sobre o assunto, mas depois descobriu que não era aquilo que fazia o coração dele “bater mais forte”, algo que realmente o motivava e decidiu mudar de negócio para ensinar as pessoas a vender através do Mercado Livre.
Iniciativa que transformou seu negócio
O primeiro curso que ele criou online de verdade foi como vender no MercadoLivre, na época que se vendia pelo PagSeguro, no ano de 2011.
A partir desse curso, ele entrou no ramo de vendas para cursos online.
Quando perguntamos qual foi o momento em que ele teve o insight de lançar um curso específico de vídeos, ele disse que estava vendendo o curso do Mercado Livre e ele não ele não fazia anúncios, passando a estudar muito SEO e era muito encontrado de forma orgânica.
Mas o curso todo já foi gravado em vídeo, na época poucas pessoas tinham curso gravado em vídeo. Portanto, o primeiro online foi no MercadoLivre, quando ele decidiu que ia fazer outros cursos.
Ele começou apostar nos vídeos do YouTube, entrar no mercado de afiliados e passou a estudar como poderia impulsionar e gerar tráfego pago.
Nessa época estava muito ligado com SEO, sabia que o YouTube já trazia muito tráfego orgânico e isso fazia uma diferença enorme.
Desenvolveu uma técnica de pegar vídeos que já estavam no próprio YouTube e legendar apenas com o nome do link de afiliados e subir de volta, com as palavras-chaves corretas fazendo SEO correto, isso dava muito certo na época porque não tinha tanto tráfego como hoje, além da mentalidade e muito menos ferramentas disponíveis para isso.
Marketing digital e empreendedorismo
Em determinado momento, Érico Rocha passou pela sua vida e começou a ter como referência do seu trabalho, considerado o segundo mentor porque primeiramente ele começou com Conrado Adolpho que abriu a porta ao entendimento de como era do outro lado do balcão, na internet.
Ele aprendeu tudo que sabia de marketing até então com Conrado, antes disso era apenas suas próprias opiniões sem fundamento.
O Erico Rocha chegou no momento em que ele estava querendo crescer na internet e conheceu ele no evento da Fórmula de Lançamento, estratégia muito conhecida aplicada para multiplicar dígitos de faturamento.
Ainda que tenha sido um investimento altíssimo na época, foi muito assertivo, porque nesse curso ele afirma que aprendeu muita coisa e fez um grande networking, ficando conhecido em razão disso.
O mercado mudou muito a questão do infoproduto, um fato importante que precisa ser considerado é que os afiliados tem uma grande responsabilidade ao divulgarem um infoproduto, isto porque quanto mais específico for o conhecimento sobre o que está sendo divulgado, maiores são as chances de sucesso e também de atender as expectativas dos clientes.
Mudanças profissionais
Por um tempo ele foi morar nos Estados Unidos, de certa forma estava no auge no momento que ele saiu do Brasil, ou seja, com os produtos voando e tinha uma autoridade incrível participando dos eventos.
Mas independente dessa escolha, ele disse que os produtos continuaram voando no Brasil, tanto que eles o sustentavam nos Estados Unidos, isto porque Michael estava com visto de estudante, não podendo fazer nada lá que exercesse trabalho remunerado.
Isso só aumentou a autoridade dele em alguns aspectos, ele foi buscar fora coisas que não tinha aqui e um dos focos era aprender a falar inglês.
No Brasil não conseguia fazer uma imersão a ponto de aprender a falar e sentia que precisava fazer algo diferente.
Ele já queria ter essa experiência de viver no exterior, então planejou tudo e diz que conheceu pessoas incríveis nos Estados Unidos e hoje fala inglês fluentemente. Portanto, consegue consumir qualquer conteúdo na mesma velocidade que consome um conteúdo de português e isso para ele tem uma diferença muito grande, porque contribuiu para que ele crescesse muito com essa experiência.
A parte mais delicada foi a saudade da família, mas a filha dele foi alfabetizada em inglês e hoje fala de forma fluente, o que foi um tremendo ganho.
Choque de culturas
Na época que resolveu voltar para o Brasil já tinha tudo encaminhado para ter o Green Card definitivo e em razão da pandemia ele voltou para o Brasil.
Com a questão do COVID-19 e o desconhecido eles tinham muito medo do que poderia acontecer – assim como todo mundo – e optaram por ficar perto da família.
Lá as pessoas têm outra cultura – isso não significa que a do Brasil seja certa ou que a de lá seja errada ou vice-versa – porém as pessoas têm uma cultura de respeitar mais as Leis.
Ao optar por morar nos Estados Unidos começou a entender muita coisa e começou coisas que ele não tinha costume no Brasil, aprendendo muito e enxergando o mundo de uma maneira diferente.
Acordos ou o tal do “jeitinho brasileiro” não existe lá, as pessoas realmente respeitam as Leis.
É muito interessante ver uma cultura diferente, os EUA tem cultura que é muito capitalista e consumista, as pessoas gastam muito mais dinheiro com besteira, além de ter um perfil de alimentação muito diferente do nosso.
Não é nem justo comparar uma cultura com a outra, porque a forma que eles foram colonizados e que nasceram é totalmente diferente da nossa.
Estratégias do marketing internacional
Ao perguntar para ele se no mercado de marketing digital americano existe muita diferença comparado com o Brasil e como estamos no avanço, a percepção dele é que nos Estados Unidos existem as estrelas como “Erico Rocha e Conrado” que são os caras top do mercado.
Quando olhamos para máquina digital, tudo gira muito em torno das empresas em que a maioria das pessoas não sabem fazer anúncios, é um mercado muito maior que o nosso, mas nem todo mundo sabe o que fazemos no Brasil.
Ele acha que o mercado brasileiro de marketing digital pode se equiparar ao Americano, não do volume de vendas, mas o nosso mercado é maduro também, considerando que são mercados muito próximos.
Essa pode ser uma fonte de busca de trabalho bem interessante para os brasileiros que falam inglês.
Quando questionado se existe a possibilidade de brasileiros despontarem no mercado americano ou o mercado americano é mais fechado?
Ele não acha que é impossível, muita gente que não é nativa acaba se destacando.
A única coisa complicada, que o americano tem diferente de brasileiro é que não gosta de procrastinar ou seja, deixar para depois, muito menos aceitar desculpas para não cumprir prazos.
Se quer entrar no mercado de infoproduto internacional deve se preparar, lá a régua é bem mais alta.
Michael está começando uma agência e vai trabalhar focado em um único nicho: dentistas. Para isso ele tem estudado muito o mercado e ajuda os profissionais a terem uma produção de leads.
Sua intenção, por hora, é se especializar somente nessa área com o objetivo de gerar oportunidade de vendas para esse profissional que não sabem vender, porque não foram treinados para isso.
A ideia de uma agência segmentada ele disse que trouxe da América.
Tem muita gente boa ensinando a fazer tráfego pago, mas algumas agências não sabem fazer direito. Quando ele começou a fazer as buscas no Brasil, pensou em nichar e segmentar para ser o melhor no segmento de todos.
Criar a agência foi uma maneira de perpetuar o seu negócio e ter segurança para deixar as pessoas que ele ama.
O infoproduto é algo muito legal, mas pode acabar morrendo com você.
No caso do dentista, advogado ou seja lá qual nicho for, não tem tempo de aprender todo o processo, ele prefere pagar e receber os resultados de forma efetiva.
É muito mais sensato para qualquer profissional liberal contratar alguém que saiba.
Na opinião dele, montar uma agência de marketing nichada é uma aposta certa!
Na Tactus Contabilidade Digital temos uma experiência nova, grande parte dos clientes entrantes do ano passado – cerca de 700 novos negócios – 90% deles nunca tinham feito nada no marketing digital.
Com a predominância do digital que a pandemia trouxe, temos cada vez mais novos entrantes nesse mercado e com isso surgiram novas oportunidades.
Dicas para iniciantes no mercado digital
Ainda existe muito mercado, falando de marketing digital como todo?
Que tipo de dica ele daria para quem está entrando no mercado?
Na opinião dele, o mercado está só começando, apesar de ter grandes players atuando, existem muitas áreas para atuar.
Os três grandes nichos são emagrecimento/saúde, riqueza e relacionamentos.
Qualquer pessoa que entrar nesse nicho e fizer um bom trabalho, desde que consiga se posicionar para ter uma fatia de mercado, por mais que já haja produtores, esse é um mercado muito quente.
Na opinião dele, o que toda empresa precisa aparecer para vender e hoje em dia existem duas maneiras de se fazer isso: de maneira orgânica e paga.
A maneira orgânica gera mais autoridade, empatia e é mais educacional, hoje as pessoas investigam, não compram apenas a partir de um anúncio, ou seja, querem saber com quem estão fazendo negócio.
Mas a melhor maneira de fazer venda ainda é fazendo anúncios. Isso porque uma coisa impulsiona a outra, você faz um anúncio e as pessoas te conhecem, uma coisa alimenta a outra para crescer.
Hoje em dia não há mais como usar as mesmas técnicas que usávamos em 2009, é impensável colocar um vídeo no YouTube e esperar que ele se promova sozinho, isso não existe mais!
O grande conselho que ele traz é ter os dois pesos bem equilibrados orgânico e conteúdo pago, isso fará qualquer tipo de empreendimento crescer.
Michael sempre inspirou muito nosso trabalho, todos aprendemos muito quando ele vivenciava as próprias dificuldades pessoais e buscou alternativas para reverter a situação e alavancar seu negócio.