Você pretende usar o dinheiro do pagamento dos impostos para suprir o seu fluxo de caixa? Será que essa é a melhor alternativa para você?
Vamos falar um pouco sobre a estratégia no conteúdo abaixo. Confira!
O primeiro fator que você precisa considerar ao adotar essa estratégia, é saber o quanto isso vai te custar comparada a outras fontes de financiamento possíveis. Uma das fontes de financiamento seria o banco, por exemplo.
Neste momento você tem que analisar qual o valor dos juros do banco, se seguir por esse caminho, quanto vai ficar a dívida.
Vamos supor que você tomasse emprestado R$50.000,00.
Quanto isso custaria no banco? Agora, vamos imaginar que você deixe de pagar R$50.000,00 em imposto, quanto isso custa?
Em primeiro lugar, terá uma multa progressiva, essa multa pode chegar até em 20%. Somente aí, a sua dívida já aumenta 20% logo no primeiro período. Além disso, você terá juros e uma correção em cima dessa dívida.
O que precisa olhar é o quanto isso, comparativamente, custaria através de financiamento bancário, que seria a uma alternativa em relação a isso.
Ao fazer essa comparação, é importante considerar que posteriormente o pagamento dessa dívida do imposto pode se transformar em um parcelamento, consequentemente, você terá os juros incidentes sobre esse parcelamento.
Em alguns casos, essa dívida também já foi para procuradoria, quando isso acontece temos também os honorários advocatícios em razão da dívida. É importante saber que uma dívida com o Estado, Município e até com a Federação pode dobrar de valor rapidamente.
Se contrair a dívida e não fizer nenhuma ação de pagamento ou parcelamento, com certeza, ela vai crescer rapidamente.
Simular dívidas
Como saber o quanto a minha dívida vai crescer? Uma empresa contábil como a Tactus pode fazer essa simulação para você.
Nós simulamos essas situações para os nossos clientes, para que eles possam ter um histórico, temos até um planilhamento que ajuda neste entendimento, assim você pode ter uma ideia de quanto essa dívida vai ficar se sua intenção for começar a pagar daqui um ano, por exemplo.
Recentemente, nós tivemos uma decisão do próprio governo de postergar o pagamento dos impostos, em razão da pandemia.
Sabemos que muitas empresas vão continuar sem condições de pagar, por falta de fluxo de caixa.
Esse é um problema natural que o Brasil está enfrentando em muitos segmentos que foram afetados, porque muitas empresas não tinham um fluxo de caixa saudável e outras esgotaram seu fluxo de caixa porque não estavam faturando na altura que deveriam e certamente ficarão muitos aprendizados.
Somente depois disso, pode formar o processo de decisão, para que não tenha problemas e não pague juros de forma demasiada.
Tempo de processamento
Outro fator que você precisa olhar é efetivamente é como está o processo de cobrança do órgão que você está devendo.
Se for o Governo Federal, por exemplo, temos hoje uma procuradoria muito mais ativa no processo de cobrança do que antes.
Uma dívida do Simples Nacional que antes demorava um bom tempo para chegar em um processo de procuradoria, agora chega nesse processo muito mais rápido, ou seja, seis meses depois de contrair a dívida, os clientes já estão na procuradoria.
Tudo isso porque o processamento dos débitos está muito mais rápido, tudo é feito online.
Nós, no papel de contabilidade, todos os meses entregamos a declaração, inclusive de Simples Nacional.
O governo sabe que você está devendo, com o controle maior ele está encurtando o processo de cobrança. Ele sabe que ao fazer isso gera um processo de pressão sobre o contribuinte que se vê acuado e não quer ter um problema de penhora de bens, que pode acontecer.
Antes de qualquer coisa, você precisa considerar esses riscos.
Parcelamento de dívidas
Na maioria dos casos, quando você tem uma dívida é melhor que parcele.
Isso porque ao fazer o parcelamento o processo tem exigibilidade suspensa, na prática: o governo não pode te cobrar mais, desde que você honre os pagamentos desse parcelamento.
Essa dívida fica congelada, você vai pagar um valor fixo todo mês e com o tempo resolve esse problema.
É importante lembrar que você terá juros incidente sobre essa dívida, até o final do parcelamento.
Quando eu digo que essa dívida fica congelada não é no sentido da parcela, algumas parcelas são fixas e outras não, ela fica especificamente congelada do ponto de vista de cobrança.
Ao optar pelo não pagamento dos impostos, considere que na legislação atual para fazer a distribuição dos lucros aos sócios, você só pode fazer isso se efetivamente tiver seus impostos em dia.
O governo permite que você faça a distribuição isenta de Imposto de Renda, mas para isso, precisa estar com os impostos em dia.
Quando você tem um débito tributário fica numa situação complicada, na qual não está elegível para pedir essa distribuição com isenção.
O que acontece na prática
Muitas vezes o contribuinte, que é o empresário, vai pegando dinheiro todo mês da empresa e não paga os impostos. Consequentemente ele fica com essa dívida da empresa e não consegue no Imposto de Renda dizer que recebeu o valor como isento, pois ele não pagou o imposto.
Ao não pagar, você fica numa situação onde não consegue justificar o valor que foi transacionado dentro da sua conta, é um problema muito comum de acontecer, portanto, é importante que você esteja alerta sobre essa questão.
Portanto, antes de tomar qualquer decisão:
- Considere os juros;
- Considere que o processo de cobrança está muito mais rápido;
- Considere o fato de ficar inelegível para fazer a distribuição dos lucros.
Considere tudo isso, bem como a possibilidade de fazer um parcelamento para que fique tranquilo em relação a essa situação caso tenha que utilizar o dinheiro dos impostos para cobrir o seu fluxo mensal.
O não pagamento ou a retenção de impostos como ICMS e INSS, podem gerar um processo criminal.
No caso do INSS, se pegar esse valor que não é seu, porque você descontou isso de um terceiro, também pode sofrer no processo criminal.
Tenha muita atenção e cuidado ao lidar com esses valores!
Se você puder pagar os seus impostos, pague! É muito melhor para você e não vai precisar contratar um advogado para te defender, não vai ter problemas com fisco e tudo será mais tranquilo.
Ainda tem dúvidas? Entre em contato com o nosso time!