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Como transferir dinheiro da empresa para conta pessoal de forma correta?

Imagem mostra empresário mexendo no celular com a tela escrita "Internet Banking", para ilustrar a forma correta de transferir dinheiro da empresa para conta pessoal

Transferir dinheiro da empresa para conta pessoal é uma necessidade comum de qualquer empresário. 

Afinal, você trabalha para a empresa, mas precisa que o resultado dela chegue até a sua vida pessoal para pagar contas e manter seu padrão de vida.

O detalhe é que nem toda forma de transferência é aceita do ponto de vista tributário

O banco libera o Pix da PJ para a PF, mas isso não significa que está certo. 

A Receita acompanha essas movimentações e, se você fizer do jeito errado, pode acabar pagando imposto em dobro ou enfrentando problemas sérios.

Na Tactus, atendemos mais de 3 mil empresários de todo o Brasil e vamos mostrar como os orientamos sobre como tirar dinheiro da empresa de forma segura e planejada.

Quais são as formas legais de transferir dinheiro da empresa para minha conta pessoal?

Existem duas formas principais e reconhecidas pela legislação:

  • Pró-labore, que é como se fosse o salário do sócio.
  • Distribuição de lucros, que é o repasse do lucro que a empresa realmente teve no período.

Tudo o que fugir disso pode ser visto como retirada irregular e acabar gerando cobrança de imposto.

O que é pró-labore e como eu posso receber por ele?

Pró-labore é a remuneração pelo seu trabalho na empresa.

Na prática, funciona como salário, com uma diferença: você mesmo define o valor, desde que faça sentido para o caixa da empresa.

Ou seja, se você definiu R$ 2 mil, a empresa paga esse valor, desconta o INSS (11%) e transfere o líquido para sua conta pessoal. 

Além disso, o pró-labore é a única forma de garantir contribuição previdenciária

Leia mais: Quem recebe PIX paga Imposto de Renda?

Como funciona a distribuição de lucros na prática?

A distribuição de lucros é a forma mais vantajosa de receber dinheiro da empresa, porque não sofre retenção de IR na pessoa física.

Mas só existe distribuição se houver lucro real apurado pela Contabilidade.

Por exemplo, se sua empresa fechou o mês com R$ 30 mil de lucro líquido, pode distribuir esse valor para os sócios sem pagar imposto, desde que a contabilidade esteja em dia.

Se não houver lucro, não existe o que distribuir.

Qual a diferença entre pró-labore e distribuição de lucros?

AspectoPró-laboreDistribuição de lucros
TributaçãoIncide INSS (11%) e pode ter IR, conforme a faixa de rendimentoIsento de IR na pessoa física, se a contabilidade estiver em dia
RegularidadeDeve ser fixo e mensalPode ser feito mensalmente ou no fechamento anual
FinalidadeRemunera o trabalho do sócioRemunera o capital investido e o resultado da empresa
ObrigatoriedadeEm muitos casos é obrigatório, especialmente no Simples com fator ROpcional, depende de a empresa gerar lucro real
AposentadoriaGarante contribuição para a Previdência SocialNão gera contribuição previdenciária
DocumentaçãoExige folha de pagamento e registros formaisExige balanço ou balancete assinado por contador habilitado

Vale mais a pena retirar como pró-labore ou como distribuição de lucros?

Depende do seu caso. Se você quer garantir contribuição previdenciária, precisa de pró-labore. 

Se a empresa está saudável e dá resultado, vale usar a distribuição de lucros para aumentar o rendimento sem pagar imposto.

O que muitas empresas fazem é definir um pró-labore básico, que cubra os gastos pessoais mínimos do sócio, e usar os lucros para o restante.

MEI pode transferir dinheiro da empresa para a conta pessoal?

Pode, mas funciona de forma diferente, para o MEI com ou sem Contabilidade.

MEI sem contabilidade

Quando o MEI não tem contabilidade, praticamente não existe separação entre pessoa física e jurídica.

Na declaração de Imposto de Renda, o que importa é o faturamento anual da empresa, e não o valor que você transferiu para sua conta pessoal.

Parte desse faturamento é considerada isenta, de acordo com a sua atividade, e o restante é tributável.

MEI com contabilidade

Com contabilidade estruturada, o jogo muda.

O MEI passa a poder fazer distribuição de lucros isenta de IR, assim como empresas maiores.

Mas só entra como isento o que de fato for transferido para a conta pessoal. O que ficar parado na conta PJ não conta para essa isenção.

Ou seja, até para o MEI, a contabilidade faz diferença e pode representar economia significativa no Imposto de Renda.

Quais condições eu preciso cumprir para fazer distribuição de lucros sem pagar imposto?

São dois requisitos básicos:

  1. Estar com os impostos em dia. Se sua empresa deve tributos antigos, não pode distribuir lucros enquanto não regularizar.
  2. Ter contabilidade assinada por contador habilitado. Não adianta só “achar” que teve lucro. Precisa de balanço e balancete para comprovar.

Sem isso, qualquer retirada pode ser considerada irregular e cair na tributação.

O que acontece se eu misturar a conta da empresa com a minha conta pessoal?

Misturar as duas contas é um dos maiores erros do empresário.

Além de bagunçar as finanças, isso pode gerar problemas sérios em uma fiscalização. 

A Receita pode entender que você está omitindo receita pessoal, e em caso de processos, a Justiça pode desconsiderar a separação entre empresa e sócio.

Cartão da empresa é da empresa. Cartão pessoal é pessoal. Não misture.

Quais os riscos de transferir dinheiro da empresa de forma errada?

Os principais riscos são:

  • Pagar imposto duas vezes (na empresa e depois na pessoa física).
  • Ter autuações da Receita por distribuição irregular.
  • Comprometer a separação patrimonial e responder com bens pessoais em caso de dívidas da empresa.

É o tipo de erro que parece inofensivo no dia a dia, mas que custa caro quando aparece.

Como registrar e comprovar essas transferências para não ter problema com a Receita?

Tudo deve ser registrado pela contabilidade.

O pró-labore precisa sair em folha e estar nos livros.

A distribuição de lucros deve estar baseada em balanço ou balancete formal.

Em uma fiscalização, você vai precisar apresentar esses documentos. 

Extratos bancários, recibos e relatórios contábeis são o que garantem a legalidade das transferências.

O lucro passará a ser tributado a partir de 2026?

Essa é uma dúvida que tem circulado muito, principalmente depois das falas do ministro Fernando Haddad sobre o projeto de isenção do Imposto de Renda até R$ 5 mil.

Afinal, o que muda para quem recebe lucros da empresa?

O que está em discussão hoje é o PL 1087/2025, que já passou por comissão especial na Câmara e agora segue para votação em plenário. 

Pelo texto, a regra continua permitindo a isenção da distribuição de lucros, mas com uma trava:

Se um sócio pessoa física receber mais de R$ 50 mil em um mesmo mês, haverá uma retenção de 10% na fonte.

Na prática, isso significa:

  • Distribuições abaixo de R$ 50 mil por mês não terão esse desconto automático.
  • Lucros aprovados para distribuição até 31/12/2025 também ficam fora dessa regra.
  • Para valores maiores, além da retenção, entra em jogo um imposto mínimo que limita a soma da carga entre empresa e sócio a 34%. Para alguns setores, o teto é ainda maior.

Outro ponto importante é que se a empresa remeter dividendos para fora do Brasil, haverá IRRF de 10% sobre os valores acima de R$ 50 mil mensais.

E onde entra o projeto de Haddad? A proposta dele amplia a isenção de IRPF até R$ 5 mil a partir de 2026. 

Essa renúncia seria compensada justamente com a tributação maior sobre rendas altas e dividendos dentro dessas novas regras.

Vale destacar que isso não tem relação direta com a reforma tributária que começa em 2026. São agendas paralelas

O que você precisa entender agora: até que a lei seja votada e sancionada, o cenário pode mudar. 

Mas a direção é clara: ampliar isenção para quem ganha menos e trazer parte da carga para quem retira lucros mais altos da empresa.

Dúvidas frequentes sobre como transferir dinheiro da empresa para conta pessoal 

Essas são as principais dúvidas que nossos clientes costumam ter sobre como tirar o dinheiro da empresa para a conta pessoal.

Veja se você se identifica:

Posso transferir qualquer valor da conta PJ para a minha conta pessoal?

Pode transferir, mas se não estiver enquadrado como pró-labore ou distribuição de lucros, corre risco de ser considerado irregular.

Existe valor mínimo de pró-labore que preciso retirar da empresa?

Não existe uma regra fixa para todas as empresas, mas na prática o valor não pode ser simbólico ou incompatível com o tamanho do negócio. Muitos empresários retiram pelo menos um salário mínimo para garantir contribuição previdenciária. O ideal é definir com base no seu custo de vida e no planejamento tributário.

MEI também pode distribuir lucros?

Sim, mas só se tiver contabilidade feita. Caso contrário, a Receita considera o faturamento, e não o que você transferiu para a sua conta pessoal.

É obrigatório ter contador para distribuir lucros?

Sim. Sem balanço ou balancete assinado por contador habilitado, a distribuição não tem validade.

O que acontece se a empresa estiver devendo impostos e eu fizer distribuição de lucros?

Essa distribuição é considerada irregular e pode ser tributada. Primeiro regularize os impostos, depois retire os lucros.

Posso viver só de distribuição de lucros e não retirar pró-labore?

Não é recomendado. Além de ficar sem contribuição previdenciária, em alguns casos o pró-labore é obrigatório (como no Simples Nacional com fator R).

Preciso declarar no Imposto de Renda os valores que transfiro da empresa para minha conta pessoal?

Sim. O pró-labore entra como rendimento tributável e a distribuição de lucros, quando feita corretamente, entra como rendimento isento.

Preciso emitir nota fiscal para transferir dinheiro da empresa para minha conta pessoal?

Não. A nota fiscal é emitida pela empresa quando presta serviços ou vende produtos para clientes. A transferência de valores para o sócio não exige emissão de nota, mas precisa estar enquadrada como pró-labore ou distribuição de lucros e registrada pela contabilidade.

Posso alterar o valor do meu pró-labore ao longo do tempo?

Pode, desde que a decisão esteja registrada formalmente na empresa (contrato social ou ata) e seja comunicada à contabilidade. Alterações muito frequentes ou sem justificativa podem chamar atenção da Receita, por isso é importante ter critério e planejamento.

Como a Tactus ajuda você a pagar menos impostos legalmente na sua empresa

Transferir dinheiro da empresa para a conta pessoal não precisa ser uma dor de cabeça.

Quando você entende a diferença entre pró-labore e distribuição de lucros, sabe quais requisitos cumprir e mantém sua contabilidade em dia, a retirada se torna simples, segura e vantajosa.

Na Tactus, orientamos diariamente milhares de empresários de diferentes segmentos a estruturar essas transferências da forma correta. 

Nosso trabalho vai além de cumprir obrigações: ajudamos você a planejar pró-labore, organizar a distribuição de lucros e aproveitar cada benefício fiscal permitido em lei.

Esse acompanhamento garante que você receba o dinheiro da sua empresa com tranquilidade, mantenha a saúde do seu negócio e ainda pague menos impostos de forma totalmente legal.

Se você quer crescer com segurança e usar a contabilidade como estratégia, entre em contato com a gente e solicite uma reunião de diagnóstico.

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Anderson Hernandes

Fundador e CEO da Tactus Contabilidade Digital, tendo 29 anos de experiência em negócios contábeis. É autor de 11 livros e mais de mil eventos realizados. Possui formação em contabilidade, marketing e gestão de negócios.

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