Estive com Rafael Martinelli, presidente do Grupo Redspark e CEO do Gestta, empresas do mercado de tecnologia e automação de tarefas.
Acompanhe este conteúdo e conheça um pouco mais da trajetória de Rafael e das empresas que ele atua.
A postura do empreendedor
O Rafael nunca trabalhou com um sonho muito grande, sempre trabalhou com metas de curto e longo prazo e na sua vida tudo aconteceu ao longo do tempo, de forma natural.
As empresas de Rafael foram investidas, e ele tem bem clara a postura que deve ter com o investidor.
Quando ele vai vender a ideia para um investidor, tem que explicar claramente o porquê quer aquele dinheiro e por quais razões precisa de alguém para ajudar naquele momento.
Ele diz que o sonho deles foi sempre muito pé no chão e começou sua carreira no banco, mas ele queria um resultado mais rápido e apostou no sucesso indo trabalhar em uma empresa com o irmão.
Ele passou a ser desenvolvedor, começou a criar uma tecnologia bastante inovadora para a época.
Ele errou muito, pois por muito tempo era técnico, quem cuidava do comercial eram outras pessoas e isso prejudicou ele.
Depois de um tempo, se desassociou do irmão e criou o Grupo Redspark sozinho.
Com a Redspark, veio o Holmes junto e alguns contratos, desde então prestavam serviço de desenvolvimento de software de forma muito inovadora.
A Redspark se criou assim, com um pouco de prejuízo, mas ele acreditava muito no produto.
O Holmes é um produto único com receita recorrente. Ele é um software de gestão de processos muito forte, onde você consegue desenhar e mapear qualquer processo da sua empresa ou de usuários externos.
Qualificação profissional
Para jogar o jogo que Rafael está jogando ele teve que se qualificar, como ele fez isso?
Ele tem graduação em engenharia, e a partir disso ele não fez nenhum curso a longo prazo.
Além disso, ele visita outras empresas, participa de eventos e faz tudo o que pode para aumentar o seu networking.
O networking é muito importante, ele abre portas e permite trocar conhecimento e ideias.
Muitas vezes o seu concorrente salta em razão do networking que ele construiu, você pode até ter um produto melhor, mas se o networking do outro for melhor, ele se destaca.
Mercado contábil promissor
O que ele conhecia do mercado contábil?
Na época que começaram com o Holmes, vendiam por telefone, sem nenhum processo de marketing.
Eles migraram de mercado, porque o ticket começou a influenciar muito e enxergaram que o produto tinha escala e passaram a ser mais essenciais para o profissional contador.
Eles têm o Gestta, Holmes e Redspark e apenas as duas primeiras têm produtos comercializáveis, a Redspark é uma prestação de serviços, desenvolvimento e transformação digital.
São negócios diferentes e separados, e isso não confunde as coisas.
Como funciona a questão do investimento?
O Rafael tem total poder para distribuir os investimentos que vem para as três marcas e por mais que o fundo tenha os seus conselheiros eles não estão no dia a dia, então eles vão até certo nível e confiam nas decisões de Rafael.
Os riscos para os investidores existem e eles sabem disso.
Entre o investimento, a análise de documentos e o dinheiro entrar na conta, há um processo de cerca de 6 meses.
E quando perguntei se Isso obriga a planejar uma nova rodada ele explicou que não necessariamente, depende do voo que eles querem dar, eles estão num crescimento acelerado e constante, não é exponencial.
Todo mundo quer crescer exponencialmente, mas é preciso analisar se existe estrutura real de todos os lados para isso.
Investimento em melhorias
Em termos de produto, ainda se consome muito caixa para melhorias?
Esse caixa de melhorias é infinito, é preciso ter um time mínimo que é infinito, o produto não acaba, caso contrário você é engolido pelo mercado.
Com um produto, uma vez que existe um corpo técnico você só vai crescer ele e tudo isso custa.
A importância de pessoas no time
Rafael entende a importância das pessoas, ele valoriza demais as pessoas e entende que elas são o pilar de um negócio.
Uma das coisas que ele tem bastante latente na sua cultura é a compreensão de que todos podem errar, ele dá muitas chances, principalmente se alguém erra tentando acertar e apesar de terem a liberdade de errar todas as pessoas têm medo.
Ele entende que os erros fazem parte do processo, mas é uma cultura que não existe no Brasil.
Rafael diz que tudo o que ele vivenciou transformou ele tanto profissionalmente, quanto como pessoa.
Tudo é um aprendizado, hoje ele aprendeu a lidar com os sentimentos e tem reações de forma mais madura.
Vendas é o coração do negócio
Ele demorou para entender que vendas é a área mais importante da empresa e quem não pensa nisso não vai ter sucesso.
É preciso aprender a jogar o jogo da venda.
Por muito tempo, no papel de CEO, ele se cobrava muito com a questão de horário e de coisas da empresa, hoje ele consegue se cobrar menos e dar espaços maiores para o seu lazer, sem culpa.
Uma coisa muito legal que ele disse é: não adianta trabalhar 60h por semana se não for na coisa certa.
Pode ser que algumas pessoas trabalhem 10h na coisa certa e sempre estarão na sua frente.
E essa cobrança é natural para um líder, mas é preciso saber o momento de parar.
Com o tempo você começa a perceber que o trabalho não tem fim, é importante escolher o que fazer para ser mais assertivo e aprender a delegar.
Você precisa abrir mão das coisas para não entrar num processo de escravidão, a vida passa.
Seja seletivo para que os problemas do dia a dia não te consumam.
O empreendedor precisa ter sabedoria, entender seus limites e sempre buscar conhecimento e equilíbrio.