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Como funciona a tributação no Simples Nacional na venda de e-book

Mãos segurando um tablet, simulando a tributação das vendas de e-book no Simples Nacional

Quando você pensa em vender e-books, a dúvida mais comum é entender como fica a tributação no Simples Nacional

A tabela mostra alíquota de 4%, mas muita gente fala em 2,28% ou 2,75%. De onde vêm esses números? E como aplicar a imunidade de ICMS prevista para livros digitais de forma correta?

A Tactus é a maior Contabilidade especializada em Infoprodutores e Afiliados do país e vamos esclarecer esses pontos na prática. 

Assim você vai saber exatamente como a legislação trata os e-books e como isso impacta o imposto que você paga no Simples Nacional.

Preciso pagar ICMS na venda de e-books?

Não. O artigo 150, VI, “d” da Constituição Federal garante imunidade tributária para livros, jornais e periódicos.

Esse entendimento foi consolidado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no RE 330.817 (Tema 593), em repercussão geral, e na Súmula Vinculante 57, que deixou expresso: a imunidade também se aplica a livros digitais e seus leitores (e-readers).

Ou seja, você não recolhe ICMS quando vende e-books. 

Como funciona a alíquota do Simples Nacional para e-books?

A venda de e-books se enquadra no Anexo I do Simples Nacional (comércio). Isso significa que a sua tributação segue a tabela abaixo:

Faixa de faturamento (12 meses)Alíquota nominalParcela a deduzir
Até R$ 180.0004,0%R$ 0
De R$ 180.000,01 a R$ 360.0007,3%R$ 5.940
De R$ 360.000,01 a R$ 720.0009,5%R$ 13.860
De R$ 720.000,01 a R$ 1.800.00010,7%R$ 22.500
De R$ 1.800.000,01 a R$ 3.600.00014,3%R$ 87.300
De R$ 3.600.000,01 a R$ 4.800.00019,0%R$ 378.000

Mas o detalhe que faz toda diferença na tributação do e-book no Simples Nacional é que dentro de cada alíquota está embutida uma parte destinada ao ICMS

Como os e-books são imunes a ICMS, essa fração não é recolhida.

Na prática, isso faz com que a alíquota efetiva seja menor do que a mostrada na tabela.

Por que algumas pessoas falam em alíquota de 2,75% em vez de 2,3%?

É variação de cálculo. Na primeira faixa do Simples (nominal 4%), a parte do ICMS representa cerca de 34%. 

Quando você tira essa fração, sobra algo entre 2,3% e 2,75%, dependendo da metodologia usada na repartição. 

Leia mais: Como funcionam os impostos nos infoprodutos

Preciso emitir nota fiscal na venda de e-books?

Precisa. Mesmo sendo produto digital e imune de ICMS, a operação precisa ser documentada. Você deve emitir a NF-e modelo 55.

É preciso usar os códigos fiscais corretos, bem como citar nas informações complementares que se trata de uma operação imune de ICMS, para evitar questionamentos futuros.

Como funciona quando eu vendo e-books por plataformas como Hotmart, Kiwify ou Amazon?

O fato de você vender pela Hotmart ou Amazon não elimina sua obrigação de emitir nota fiscal.

Algumas plataformas até oferecem emissão integrada, mas juridicamente a responsabilidade é sua.

Outro detalhe é a figura do “estabelecimento virtual” prevista no Convênio ICMS 106/2017, que trata da cobrança em operações interestaduais de bens digitais. 

Mesmo com imunidade de ICMS para livros, em alguns estados ainda exigem inscrição estadual para fins cadastrais e de fiscalização.

Como fica a tributação se eu vender e-books para o exterior?

Quando você exporta e-books, no Simples Nacional, as parcelas do DAS (Documento de Arrecadação do Simples Nacional) que seriam de PIS/Cofins, ICMS e ISS não entram na conta. 

Isso já reduz bastante o imposto.

Por outro lado, continuam sendo pagos os tributos que incidem sobre a renda e a folha, como IRPJ, CSLL e CPP.

O ponto de atenção é documentar a operação corretamente e lançar no PGDAS-D como receita de exportação, para que a redução seja aplicada do jeito certo.

A reforma tributária vai mudar algo para quem vende e-books no Simples?

A reforma tributária que começa em 2026 introduziu a CBS e o IBS, que vão substituir os tributos atuais. Mas os livros, físicos ou digitais, continuam protegidos pela imunidade.

Se você estiver no Simples Nacional, a regra é a mesma: você vai continuar recolhendo pelo DAS, mas com uma repartição diferente para os novos tributos. 

O ponto de atenção é acompanhar como ficará a obrigação acessória, principalmente em relação ao split payment e crédito de IBS.

Leia mais: O que muda no Simples Nacional com a reforma tributária?

Preciso pagar ISS quando vendo e-books?

Não, se for e-book puro. O ISS só entra se você embutir serviço junto, como acesso a comunidade, suporte ou mentorias. 

Aí deixa de ser só venda de mercadoria digital e vira prestação de serviço.

Vale a pena escolher o Lucro Presumido em vez do Simples para vender e-books?

A escolha entre Simples Nacional e Lucro Presumido varia conforme a realidade de cada negócio.

No Simples, a empresa já está dentro de um regime favorecido e não consegue aproveitar totalmente a imunidade dos e-books. 

sso faz com que a tributação fique um pouco mais alta do que muitos imaginam.

No Lucro Presumido, a imunidade pode ser aplicada de forma integral, o que em alguns cenários permite pagar menos impostos do que no Simples. 

Mas esse regime exige mais controles e costuma ser mais vantajoso quando o faturamento é maior e a operação já está estruturada.

Na Tactus, já estruturamos centenas de operações para Infoprodutores que vendem e-books e cursos online, sempre com foco em reduzir a tributação de forma legal.

A partir dessa experiência, desenvolvemos uma metodologia própria que aplica a legislação da forma correta e permite ao Infoprodutor chegar a pagar 2,28% de impostos de forma segura.

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