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Lucro Presumido para e-commerce: como funciona e quando vale a pena?

Imagem mostra contador percorrendo empresa de logística, para simular como funciona o lucro presumido para e-commerce

Você tem uma loja virtual e sente que os impostos estão pesando demais no Simples Nacional?

É neste momento que costumam surgir dúvidas sobre o Lucro Presumido para e-commerce.

Esse regime pode parecer uma saída interessante, mas não funciona da mesma forma para todas as empresas. 

Como a margem de lucro no comércio eletrônico já é naturalmente baixa, qualquer detalhe na forma de tributação pode mudar completamente o resultado do seu negócio.

No Lucro Presumido, a Receita Federal aplica percentuais fixos para calcular o IRPJ e a CSLL, independentemente do quanto você realmente lucrou. 

Além disso, impostos como PIS, COFINS e ICMS têm regras diferentes nesse modelo e podem impactar diretamente no seu caixa.

A Tactus é uma Contabilidade para e-commerces de todo o Brasil e vamos esclarecer tudo sobre como funciona o Lucro Presumido para e-commerce, quando este regime vale a pena e muito mais.

O que é o Lucro Presumido no e-commerce?

O Lucro Presumido é um regime tributário em que a Receita Federal presume que a sua empresa tem uma margem de lucro definida em lei. 

Para comércio, como é o caso do e-commerce, essa presunção é de 8% sobre o faturamento bruto.

É a partir desse percentual que se calculam dois impostos federais: IRPJ (Imposto de Renda da Pessoa Jurídica) e CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido).

Ou seja, a Receita não quer saber qual foi o seu lucro real. Ela simplesmente presume que a sua loja virtual lucrou 8% e tributa em cima disso. 

É bem diferente do Lucro Real para e-commerce, em que o cálculo é feito sobre o resultado contábil, e do Simples Nacional, em que tudo vem em uma guia unificada.

Como funciona o cálculo do Lucro Presumido para lojas virtuais?

Vamos a um exemplo prático. Imagine que o seu e-commerce fature R$ 100 mil em um mês.

Somando só esses dois tributos, já temos R$ 2.280. E ainda há a possibilidade do adicional de 10% no IRPJ sobre o Lucro Presumido que ultrapassar R$ 20 mil no mês.

Ou seja, mesmo que a sua margem seja menor que 8%, você vai pagar imposto como se tivesse atingido esse patamar. 

Por isso é tão importante ter uma Contabilidade para e-commerce que faça um balanço mensal para entender exatamente qual a sua margem de lucro, gastos com departamento pessoal e outros fatores que pesam diretamente no imposto.

Quando o Lucro Presumido é vantajoso para o e-commerce?

Não existe uma resposta pronta para isso, sem antes analisar individualmente a situação de cada e-commerce.

Em linhas gerais, Normalmente o Lucro Presumido para e-commerce vale a pena quando:

  1. Sua margem de lucro efetiva é maior do que 8%: Por exemplo, se a sua loja virtual tem margem de 15%, você paga imposto apenas sobre 8%. Nesse caso, o regime pode ser vantajoso.
  2. Quando a empresa tem faturamento mensal mais elevado, na casa de R$ 300 mil, e os impostos no Simples Nacional para e-commerce começam a ficar mais pesados.
  3. O seu e-commerce consegue aproveitar créditos de ICMS nas compras: Se você compra mercadoria de fornecedores que emitem nota fiscal e mantém esse controle organizado, consegue reduzir o valor de ICMS a pagar e tornar o regime mais vantajoso.
  4. Existe benefício fiscal no estado em que você atua. Alguns estados oferecem benefícios fiscais de ICMS que podem tornar o Presumido mais competitivo do que o Simples. 

Por tudo isso, é tão importante ter um olhar estratégico para os números do seu e-commerce e adotar estratégias que ajudem seu negócio a ser mais competitivo.

Quais são os riscos de optar pelo Lucro Presumido no comércio eletrônico?

O problema maior é quando a sua margem é menor que 8%.

Se você trabalha com margens apertadas (e sabemos que no e-commerce isso é bem comum), vai pagar imposto acima do que efetivamente lucrou. 

O resultado disso é que seu caixa aperta, sobra menos para reinvestir e, em alguns casos, o empresário precisa até recorrer a crédito para segurar a operação.

Esse desalinhamento entre lucro real e tributação pode comprometer toda a estratégia do negócio.

Como ficam PIS e COFINS no Lucro Presumido para e-commerce?

Aqui existe uma diferença importante em relação ao Lucro Real.

Exemplo prático: imagine que você compra um produto por R$ 500 e revende por R$ 1.000.

No exemplo acima, o Lucro Presumido leva vantagem, porque mesmo sendo cumulativo, as alíquotas menores fazem a carga ser inferior. 

Mas se a sua margem for menor, a diferença pode se inverter.

Como funciona o ICMS para e-commerce no Lucro Presumido?

O ICMS para e-commerce segue a lógica da não cumulatividade, tanto no Presumido quanto no Lucro Real. 

Ou seja, você pode aproveitar créditos das suas compras para abater do imposto devido nas vendas.

E o ponto crítico é que se você não tem notas fiscais de entrada, perde esse direito e acaba pagando imposto cheio. 

Para quem vende em marketplaces, isso pode consumir toda a margem.

Além disso, cada estado tem regras específicas de ICMS, substituição tributária e até benefícios fiscais que podem mudar o jogo. 

É por isso que o planejamento tributário precisa olhar não só para o regime federal, mas também para o impacto estadual.

Leia mais: Como funciona o Difal no e-commerce

Qual é a carga tributária média no Lucro Presumido para e-commerce?

No Lucro Presumido, a carga tributária final costuma ficar entre 13% e 16% do faturamento bruto, dependendo do estado em que a sua empresa está localizada e da folha de pagamento.

Esse percentual resulta da soma de:

Ou seja, não dá para olhar só para IRPJ e CSLL. O peso do Presumido no caixa da sua operação vem da combinação de todos esses fatores.

Qual a importância das notas fiscais de compra no Lucro Presumido?

Se você pretende migrar para o Lucro Presumido, não dá para trabalhar sem nota fiscal de compra.

Sem elas, você não aproveita créditos de ICMS e ainda corre o risco de recolher mais PIS e COFINS do que deveria. 

Ter a escrituração correta das entradas é o que garante que o regime faça sentido para o seu negócio.

Como a folha de pagamento impacta no Lucro Presumido para e-commerce?

No Simples Nacional, parte dos tributos sobre a folha já está embutida na guia única. 

No Lucro Presumido, a sua empresa passa a recolher a contribuição previdenciária patronal de 20% sobre a folha de pagamento.

Para quem tem um e-commerce com estrutura enxuta, o impacto pode ser pequeno. 

Mas se a operação já conta com uma equipe maior, esse custo adicional pode pesar e precisa ser considerado antes de migrar de regime.

O Lucro Presumido é sempre melhor que o Simples Nacional para e-commerce?

Nem sempre.

O Simples Nacional, mesmo com carga média entre 9% e 12% do faturamento, ainda costuma ser a melhor opção para empresas que faturam até R$ 300 mil por mês.

Isso porque, no Presumido, a carga tributária efetiva dificilmente fica abaixo de 13% a 16%. 

E há mais burocracia: obrigações acessórias, necessidade de controles mais rígidos e atenção redobrada ao ICMS, além de um imposto maior sobre a folha de pagamento.

É preciso fazer uma análise bem detalhada para fazer essa escolha entre Simples Nacional ou Lucro Presumido para e-commerce.

Quando escolher Lucro Real em vez do Lucro Presumido para e-commerce?

O Lucro Real costuma ser vantajoso para e-commerce em alguns cenários:

Mas somente com um estudo tributário completo é possível cravar qual a melhor estratégia de tributação para e-commerce.

Como a reforma tributária impacta o Lucro Presumido para e-commerce?

Os impactos da reforma tributária para e-commerce serão muitos, mas o Lucro Presumido não acaba de um dia para o outro

Haverá um período de transição em que o regime vai conviver com o IVA, formado pela CBS (tributo federal que substitui PIS e COFINS) e pelo IBS (que unifica ICMS e ISS).

O que isso significa para você que vende online:

Ou seja, o Lucro Presumido para e-commerce ainda vai existir por alguns anos, mas o empresário precisa entender que esse cenário é temporário. 

Quem se planejar desde já para o novo modelo terá mais previsibilidade e poderá ajustar a precificação de forma mais estratégica.

Vale a pena planejar a migração agora, com a reforma tributária em andamento?

Sim, porque a reforma tributária será implementada de forma gradual

Isso significa que a escolha do regime ainda é estratégica nos próximos anos. 

Se o seu e-commerce já sente que o Simples Nacional ficou pesado, você não precisa esperar a reforma estar 100% em vigor para avaliar uma migração. 

O que você precisa é de uma análise comparando o cenário atual com a transição, para não ser surpreendido depois.

Quer obter um diagnóstico tributário para seu e-commerce? Entre em contato com a Tactus e agende uma reunião de diagnóstico com nossos especialistas em e-commerce.

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